sexta-feira, abril 27, 2007

Sem tir-te nem guar-te

Ela veio
sem tir-te nem guar-te
e não sei nem de que parte,
se daqui,
Apuí, Rodeio, Ubatã,
ou de lá,
Amã ou Calcutá,
não sei
se foi serva de rei
ou Minerva de xamã,
sei que vi sua arte
e me apaixonei
assim que seus olhos
olharam pra mim,
assim que meus olhos
olharam nos dela,
e a cortejei,
e me exibi no samba,
e mostrei que n’angola
da favela era o bamba,
e lhe ofereci o que tinha,
a vida e o coração,
e pedi sua mão,
e com a dela na minha
na frente da nossa escola
bem no meio da Avenida,
a gente embala a multidão
com exibição de primeira,
eu, mestre-sala,
ela, porta-bandeira!