quarta-feira, outubro 05, 2005

Aos meus Orixás

Minha saudação,
meus orixás,
saravá,
que hoje é quarta-feira,
kauô kabiecile,
Xangô,
meu pai,
deus do raio e do trovão,
senhor das pedreiras,
filho de Yemanjá,
que teve de Orânhiã
também Dadá e Xampanã,
saravá, rei de Oyó,
sei que não mereço, mas me abençoas,
sei que me proteges
mesmo se esqueço de te pedir,
perdão,
meu pai,
pra me redimir,
já estão no peji teus axés,
xeré, oxê, coroa, braceletes,
e pra comer
tem amalá, caruru e muito dendê,
em trinta de setembro,
no teu ossé,
pode deixar,
eu lembro de botar no banquete,
acarajé, feijão preto, farofa e arroz;
sois minha mãe,
Iansã,
mãe Oyá,
saravá,
esposa do rei,
epahei,
rainha guerreira,
com tuas pulseiras,
teu colar de balangandãs,
e essa tua beleza,
eu nunca vi outra igual,
tens os ventos, raios,
as tempestades nas mãos,
teu temperamento é pura paixão,
e com firmeza e teus axés,
teu alfanje, teu iruexim,
tanges o mal pra bem longe de mim,
por tua proteção te agradeço,
minha mãe,
em tua mesa tem amalá, acarajé,
em quatro de dezembro, no teu ossé,
pode deixar que lembro de botar
feijão fradinho e muito dendê
e não vou esquecer o milho branco,
saravá, meus dois orixás,
vestidos de vermelho e branco,
saravá,
meu pai,
saravá,
minha mãe,
que é quarta-feira,
por favor,
sua proteção,
com amor e emoção,
Luiz Moreira.