Não se afogue na cachaça
por causa de mulher,
companheiro,
sequer se jogue na fossa
por mais que possa parecer
não haver mais graça,
não se entregue o dia inteiro
à lamúria e ao lamento,
nem descure da aparência,
também não consinta
que a fera minta
e procure alento na luxúria,
na fúria do prazer sem enredo,
mera reticência,
dê tempo ao tempo
e não tenha medo do navegar,
sua vida é o mar!,
marinheiro,
aproveite a calmaria!,
tome pé das correntes,
inserte o acidente na carta,
a maré baixa no roteiro,
vai ajudar lá na frente,
ajeite as avarias da vela,
conserte o leme,
depois,
peça proteção à Iemanjá,
reme e parta,
a qualquer momento
um bom vento se revela,
com ele,
um novo amor virá!