sábado, outubro 29, 2005

Dê tempo ao tempo

Não se afogue na cachaça
por causa de mulher,
companheiro,
sequer se jogue na fossa
por mais que possa parecer
não haver mais graça,
não se entregue o dia inteiro
à lamúria e ao lamento,
nem descure da aparência,
também não consinta
que a fera minta
e procure alento na luxúria,
na fúria do prazer sem enredo,
mera reticência,
dê tempo ao tempo
e não tenha medo do navegar,
sua vida é o mar!,
marinheiro,
aproveite a calmaria!,
tome pé das correntes,
inserte o acidente na carta,
a maré baixa no roteiro,
vai ajudar lá na frente,
ajeite as avarias da vela,
conserte o leme,
depois,
peça proteção à Iemanjá,
reme e parta,
a qualquer momento
um bom vento se revela,
com ele,
um novo amor virá!