quarta-feira, outubro 05, 2005

Com um canto, eu me contento

Com um canto, eu me contento
(Luiz Moreira)

Embora queira tanto,
não piso nesse terreiro
de qualquer maneira,
primeiro,
peço licença
a quem tem merecimento
e brilha no pedaço,
não que eu seja santo,
mas tenho tato,
meço tudo que faço
e tomo tento no que digo,
que não viso desavença
nem sou aventureiro,
depois,
passo pela porta de serviço,
eu não ligo,
não me apoquento,
não há vergonha nisso
e o trabalho não me humilha,
e se surgir algum atalho,
há de ser,
de fato,
da minha trilha cem por cento,
parte do meu caminho,
que ninguém o corta,
ele não comporta essa arte,
e aviso,
meus amigos,
não preciso de muito espaço,
num pequeno me abrigo,
faço um ninho,
com um canto,
eu me contento.