segunda-feira, dezembro 12, 2005

Quando um é recheio, o outro é mil-folhas

Ele é tatibitate e careca,
mora em Realengo,
tem calo e bolha
na palma da mão,
que não perde
a mania não,
ela é zarolha,
levada da breca,
adora fazer biscate
e soltar o breque
ali no Flamengo
pra alegria dos moleques,
os dois têm surtos e desvios,
ele, na coluna,
que o Tito,
velho amigo da Pavuna,
era um mito,
todo mundo sabia
que não tinha pavio curto,
ela tem das trompas e do cepto
e, com pompa,
exibem os de conduta,
ele é adepto do grupo,
mesmo no sexo,
ela é o nexo do dito:
da fruta que você gosta,
chupo até o caroço;
e não vem que não tem,
que é um osso duro o duo,
aposta na luta
e não tolera recuo,
seja qual for o embate,
mas,
os dois preferem empate,
ele, um a um,
ela, zero a zero,
e ninguém tem vaidade,
se um cacareja, o outro muge,
se um ruge, o outro late,
se um xinga, o outro bate,
e o couro come,
e tome pinga e cerveja
em nome da velha amizade,
e repetem, amiúde,
tatibitate e zarolha
que a virtude está no meio,
por isso,
quando um é recheio,
o outro é mil-folhas.