segunda-feira, setembro 12, 2005

Lave as mãos e vá embora! (Para o maior ex-amigo)

Pegue leve,
não precisa pagar o que me deve
que a grana não era o principal,
aliás,
não há nem promissórias
pra cobrar no tribunal,
e seja breve no discurso
que não me apraz mais
ouvir suas histórias,
o pior inimigo não dá tanta gana
quanto o maior amigo
incurso em tal violação
do código da amizade,
condenado por ser amigo-urso,
e não agrave,
por favor,
foi tão grave a infração
que não cabe nem recurso,
na verdade,
a pancada foi tão grande
que não esquecerei meu assombro
ao ver os escombros do código,
ao perceber
que pra você o estatuto
era pródigo em letra morta,
senti muito
quando vi que estava
no reduto da porta fechada
e só precisava
de sugestão sobre uma saída,
sofri tanto
quando descobri
que era ombro de fachada
e sob medida para a traição,
por isso,
não piore a situação
com explicação de última hora
nem implore perdão,
mas,
se quiser completar o serviço,
lave as mãos
e vá embora!