Não me peça,
meu amor,
pra não pedir seu carinho,
não me peça
pra seguir sozinho
ao sabor desse afeto
que não arrefece
com prece, promessa e ungüento,
não me peça
pra fingir que o peito
não descamba em tormento
com aquele projeto de samba
que não ata nem desata
pois carece de alento,
você!,
não me peça
pra não ir por aí
à cata do seu jeito de olhar,
de se esbaldar de rir
com o que há de mais tonto,
de sentir o que há de mais denso,
por favor,
meu amor,
não me ofereça um lenço
pra enxugar esse pranto
que me consola
quando sua falta
me assalta e amola o coração,
aliás,
nunca mais me peça
pra não pedir seu perdão!