quarta-feira, novembro 23, 2005

Vai correr rio de sangue!

Não invente
de pedir a alguém
pra botar panos quentes,
não tente também
se fazer de songamonga,
pensando
que esse expediente
a pendenga ameniza,
minimiza o esbregue
e consegue evitar a mironga,
você meteu a ronca na nega,
disse que a nega cafunga,
tem tunga e coriza,
disse que a nega é brega,
bronca, buchuda e cambeta,
quase uma barrica,
disse até que a nega é baliza
em desfile de quenga no Mangue,
justo a que mostra o busto
e se prostra aos pés do negão
que um bastão sugestivo carrega
com o qual ela faz pirueta impudica,
agora,
se escuda
nesse choro compulsivo
e implora que eu não estrile,
que não me zangue,
tem jeito não,
chega!,
meu irmão,
vai correr rio de sangue,
que não há no mundo
sujeito imune
a fio de peixeira,
nem vagabundo
que tenha feito a besteira
de meter a ripa na nega
e tenha seguido impune,
tenha se dado ao luxo
de seguir por aí
com tripa no bucho!