segunda-feira, maio 02, 2005

O que não faz um grande porre?!

Você,
madrinha da bateria,
e não era a da cozinha,
e eu me acabando na sua Sapucaí,
quando vi,
você já mandava ver
na coreografia da Comichão de Frente,
você se exibia,
Porta-Bandeira ardente,
beijava, abraçava, acarinhava o estandarte,
eu fazia a minha parte,
com a cortesia do Mestre-Sala
descia e subia levado pela sua mão,
e já o Abre-Alas
rompia pela cabeceira da sua Avenida,
e cada adereço,
cada alegoria mexia com a gente,
cada fantasia era feita sob medida,
e quem andava indiferente,
tão avesso à folia,
vivia cada momento,
cada eufórico movimento seu
em cima do carro alegórico,
a repentina parada na batida
nos enchia de adrenalina,
e vinha o repique,
alucinava,
dava arrepios, tremeliques,
e outra parada
pra retomar a cadência,
que a essência
é não perder a harmonia,
e deixar o tempo ir,
que no fim a gente corre
e não perde ponto à toa,
e quando amanhecia
chegamos juntos à Apoteose,
e a vibração foi demais,
olha só o que faz
uma dose a mais,
tudo isso com a patroa!,
o que não faz um grande porre?!