segunda-feira, abril 27, 2009

Carioca da gema espúria

O bloco
“Carioca da Gema Espúria”
se entoca no paiol
e não lança perfume
de “Gardênia Azul”
quando se desloca
que não tem esse costume!,

amiúde o bloco avança
pelas artérias da cidade,
circula com fúria
e esquema de morte
e sem vênia
da autoridade da “Saúde”
de norte a sul
as cumula de colesterol,

miseráveis misérias!,

e nós tão vulneráveis!,

e o bloco
não dá férias a ninguém,
dia após dia,
vem em pós
dos meus e dos seus,

é ressaca
e sufoca as Helôs em “Ipanema”,
é furacão
e saca os botões do “Jardim Carioca”,
é erupção
e na “Vila do João” calcina
um sem-fim de Julietas e colombinas,

e da “Cidade de Deus” ao “Joá”
aniquila poemas, canções,
arlequins, pierrôs
e Romeus tupiniquins,

cadê o abrigo?,

meu amigo,
que saudade da “Lapa”!,

e nem criança
escapole da carnificina
que o papão faz caretas
e a engole a muque e a tapa,
ou, então,
a alicia com gorjetas
ou com um velho truque,
meu São Cosme e meu São Damião,
como se fosse doce o que lhe dá,
a criança vicia
no “Cosme Velho” e na “Vila Esperança”
que já não reclama
de não ter mais nenhuma!,

em suma,
esse bloco vai ao ataque
de Rio de Janeiro a Rio de Janeiro
e derrama seus vermes
de “Gericinó” a “Vasco da Gama”,

e sibila
e proclama a quizila
do bandido-carrasco
por Alonsos e Inácios
que do “Estácio” a “Inhaúma”
são destruídos sem dó,

e em “Marechal Hermes”
o pessoal ouve o bus,

e no “Campo dos Afonsos”
o pessoal ouve o baque,
catrapus!,

nesse campo
esse bloco só tem craque!,

e crack, coca, bolinha
e trouxinha de maconha,

e sua peçonha
nos choca
e nos leva ao desespero
que produz mais treva
e o saldo
é mais um presunto
e junto
o caldo que jorrou
e forrou o chão da “Vila Pinheiro”,

e a pupila na escuridão
se dilata à cata de luz!,

SURSUM CORDA!,
irmão,
e rezai!
e luz rogai ao Pai!,

e transborda o Rio
o choro chorado em coro
por quem chora o vazio
que surgiu em “Osvaldo Cruz”,

e alguém tudo viu,
projetil, pistola,
mas,
não perdeu a calma
nem deu bola pro ladrão!?,

e alguém conta piada de valente,

e alguém
deplora a lambança
que prejudica o ambiente
e não se cansa de exigir
a pronta chegada do rabecão,

e alguém fica de porre
e vomita birita e palavrão,

e ninguém,
ninguém ora pela alma do defunto,

e uma lembrança
vem a minha mente:
o João, o Aldir
e aquela “janela de frente...”,

e o assunto de repente morre,

e o arquibaldo
vem da “Pavuna”
e do “Conjunto Pinheiros”
e corre,
atropela canteiros,
se agita, irrita e revolta
e solta seu brado
e berra um bocado...
no “Maracanã”!,

mas,
não tem respaldo
nem acesso à tribuna
e é vã sua grita
e ninguém o escuta,
e se ferra
na volta pra “Bonsucesso”
ao ser arrastado pelo arrastão,

e cada vez mais
perplexo e biruta
fica o povão
e o bloco açambarca
o que lhe dá na veneta
da “Gávea” ao “Parque Anchieta”,

será que esse açambarque
marca mesmo fundo?!,

será que esse açambarque
marca mesmo todo mundo?!,

bem,
a coragem espanta
e acalanta a ignávia
e o “Complexo do Alemão”,

e é o “Campo Grande”
e o bloco se expande
e insiste na tirania
no “Parque Colúmbia”,
ou antes,
na cidadania escarra
e não faz nem “Triagem”
e faz
ficar mais plúmbea “Sepetiba”
e “Inhoaíba” bem mais sombria
e mais pesada a “Barra de Guaratiba”
e mais triste
e mais feio o “Recreio dos Bandeirantes”,

e grassa a tristeza e a beleza se embaça,

e se espalha o receio
como o fogo na palha
em “Botafogo”, “Guaratiba” e “Paquetá”,

e medra o caos
em “Vieira Fazenda”,
na “Praça Mauá” e na “da Bandeira”,

e com “Pedra de Guaratiba”
os maus dão pedrada
em “São Cristóvão”
e em “São Francisco Xavier”,

e todos os dias
há mais retirantes na estrada,
e na “Portuguesa” mais moradias à venda,
mas,
ninguém quer comprar
que o risco não para de subir,

e na “Urca”,
pra andar no fio e não cair,
o aluguer segura a “Taquara”,

e se conspurca
e desfigura mais o Rio,

e não é tédio de cara antigo
que não tem remédio nem cura,

é que o bloco,
digo,
o bando anda a mil,
manda e desmanda
e o vazio vai aumentando
de “Higienópolis” a “Cordovil”,

e muita gente
inda jura pra mim
que nas megalópoles
é assim que a banda toca,

mas eu duvido!,

e o bloco nem se maloca,
munido de fuzil e granada,
aciona o arranque
e faz em “Valqueire”
uma arruaça danada
e mais uma casa captura,

como um “Tanque”
passa por “Cascadura”
e detona e arrasa
mais um alqueire
e se espalha a fumaça,

e nem precisava dizer
que estufa o peito
e com o feito
se rejubila e gargalha
e do efeito estufa
não quer nem saber,

e faz misérias que não estão
no mapa de “Vila Kosmos”,

e no do “Cosmos” também não,

são avarias mais sérias
e avarias menos sérias,

todavia,
dos seus venenos ninguém escapa,

e devassa
e curra “Maria da Graça”
e contamina a pobre menina,

e “Quintino Bocaiúva”,
em protesto,
a luva levanta
e brada: “Assassino!”,
que gesto nobre!,
mas,
não adianta nada
que uma surra toma
e não suporta a pancada,
à toa é morta
mais uma pessoa,
e não é novidade
mais uma unidade na soma,

mas,
soluça um menino
em “Parada de Lucas”
e mais aguça
a fome do bloco
que as botucas arregala,

e tome mais praga,
e praga
em tão larga escala
e tão amarga e daninha
que a coitada da saúva
virou praguinha de nada,

e não para
a chuva de droga
e se esgota e afoga
o “Jardim Guanabara”
e brota uma vala comum,

e um sem-fim de dom-quixotes!,
ideias!, Dulcineias! e Rocinantes!

cadê você, Sancho Pança?!,

e de um lar,
solar ou baiuca,
vem um avião,
e dá rasantes
e faz das suas
com as duas “Freguesias”
e se angustia e desespera
quem espera o desembarque
das mutucas e dos papelotes,

quanto desmancho!,

quanta intemperança!,

e o avião
para no “Centro”,
no “Engenho de Dentro”
e no “Parque União”,

e dá o pinote
quando a justa vem
e dá o bote no “Engenho da Rainha”,

e não vem do “Galeão”
o estrondo do motor
de mais um hediondo avião
que a população assusta
lá no “Humaitá” e cá na “Rocinha”,

e outra flor
fica pálida e cede!,
e retrocede outra crisálida!,
será o fim
do belo e da borboleta?!,
será que não tem fim esse flagelo?!,
será que a ampulheta está no fim?!,

meu irmão,
carioca da boa gema
da “Cidade Universitária”,
de “Sulacap”, do “Rio Comprido”,
estou coa impressão
de que já não há
possibilidade de escape
dessa tremelicação diária
que o trema que foi abolido
não é o arrepio
que o desvario provoca,

e não tape o sol com peneira,
carioca da boa gema,
que essa besteira faz muito mal!,

e cada vez mais
o povo fica mais tonto
que o inimigo
velhaco e ferrenho
com um “Engenho Novo”
de bobo nos faz num instante
em “Vaz Lobo” ou em “Vigário Geral”
ou com o antigo paco
do tal conto-do-vigário
nos engrupe de “Cavalcante” a “Fátima”
e de “Fátima” a “Guadalupe”
a gente simpesmente boia,

o folião desse bloco é de amargar,
e o grandão e o guri,
e devia se chamar “Tauá”
porque “papa-cacau”
aqui na “Gamboa” e lá em “Acari”,
e papa de varão e de mulher,
e papa
de joia de coroa
a bijuteria de guria,
e papa salário de operários
e dos “Bancários”
trocados contados
com o cuidado
que demanda esse mister,

o bloco rapa os nossos bens
e desanda a rir do nosso miserê,
e ri pra chuchu do “Flamengo” a “Timbaú”,

e faz auê
de “Realengo” a “Rubens Vaz”,

e há atropelo
e falta de “Pilares”
de “São Conrado” ao “Riachuelo”,

e em todos os lugares
o pânico nos assalta,

e a malta mata
que tem esse vezo
e sua sanha não tem fim,

no “Jardim Botânico” mata um rico,

em “Copacabana”
mata um coitado teso
e de grana não ganha nem um tico,

na “Lagoa”
defunteia um empecilho
e em “Marcílio Dias”
quem “Pechincha” ou regateia
que essa ousadia não perdoa,

pelo visto,
meu “Santo Cristo”,
foi tanto
contato com a chincha
que ficaram gastos
prato e fiel da balança
e ninguém mais tem privilégio,

não têm
pais de “Magalhães Bastos”
e mães de “Honório Gurgel”,

não têm
a gente de “Colégio”
e a gente de escritório,

e o bloco avança
em cupinchas e afins
do “Rocha” e de “Padre Miguel”,
em compadres e comadres
da “Praça Seca” e de “Nova Holanda”,

e arrocha
“Senador Augusto Vasconcelos”
e morador vetusto de “Rocha Miranda”,

e despedaça
madama em “Benfica”
e ama-seca no “Lins de Vasconcelos”,

e na “Barra da Tijuca”
da bazuca
lança mão na marra
e na hora
se trumbica mais um
e o ex-vivente
o bloco desova
em “Turiaçu” ou em “Curicica”,

será que sente o futum
a gente que mora em “Castelo”?!,

e do “Caju” ao “Cachambi”
o bloco faz
“Zumbi” pular da cova
pra dançar
o “Catumbi” e o caxambu
em passo bem nervosinho,

e pelo caminho
peita a comunidade
e a paz rejeita no aço
da “Cidade Nova” ao “Vidigal”,

e a população
vai perdendo o pé
e ficando histérica
da “Vila da Penha” à “Vila Militar”
e da “Penha Circular” ao “Jardim América”
já há curumim
tendo transtorno mental
e praticando até o haraquiri,

e o bloco teima
da “Penha” ao “Jacarezinho”
em deitar lenha na fogueira
que o que corta
não se importa de queimar
e queima “Pintagueiras”, “Laranjeiras” e “Grumari”,
e mais,
no forno mete vítima
que nem legítima tem pra deixar
e mete de “Roquete Pinto” a “Brás de Pina”,

de fio a pavio
o “Carioca da Gema Espúria”
nos algema
e o vermelho sufoca o Rio,
e esse vermelho
não é vinho tinto, confete nem serpentina,

e vou lhe dar um conselho,
meu irmão,
se conseguir
driblar a despedida
e sair andando do desfile,
inda que saia na penúria
e levando vaia,
se rejubile
que a vida é um prêmio
e não é prêmio de “Consolação”!,

definitivamente,
da cuca e do pé
é doente essa gente
que atua à “Bangu”
pra botar esse bloco na rua
e ficar com o tutu
que o bloco
todo dia surrupia no “Grajaú”,
e a “Tijuca” já não assobia!,

e de “Olaria” a “Tomaz Coelho”,
instrumento a instrumento,
o samba do bloco
pro tormento descamba,

a cuíca
não aproveita a “Maré”
pra sair de “Coelho Neto”
e ir direto
pegar “Jacaré” no “Leblon”,
só se deleita
e fica feliz
quando aborda
um bom cidadão
de canivete na mão
e com pivete ao seu lado,
e aborda
lá no “Moneró”
e cá no “Itanhangá”,
e o que se diz
é que o primeiro
a ser abordado
foi “Bento Ribeiro”
que estava desatento
e lhe deu “Catete”
em vez do capim exigido,
e a ronca malsã ficou na bronca
e mandou o coitado
comer capim pela raiz,

o tantã,
louco varrido
pra debaixo do tapete,
faz pouco saiu de lá,
e já saiu sem “Leme”
e vomitando doideira
e dando esculacho
em quem geme
e por clemência clama,
e “Paciência”
nem com dama tem,
seja de “Madureira”, seja do “Cocotá”,
e dou um exemplo,
a “Glória” destruiu
na entrada de um templo
e na frente de um reverendo!,
e saiu ileso
e dizendo pra toda a gente
que pra ele estava tudo “Anil”,
mas,
quando foi preso,
ficou mudo e sem memória,

o tarol,
de sol a sol
e de “Ramos” ao “Méier”
e do “Méier” a “Água Santa”,
reduz milhões à escravidão
e reduz
sem açamos e sem grilhões
que a covardia é tanta
e tão daninha
que sozinha estraga tudo,
e os bravos
amiúdo o tarol silencia,
os transfixa com cravos
e os afixa
com seus reclamos
na “Santa Cruz” da “Abolição”,

o tamborim é safado,
em “Anchieta”
aponta a baqueta
e a enterra num passante
pra lhe roubar o “Camorim”,
outra baixa diante de “Deodoro”!,
“Baixa do Sapateiro”,
e o desencanto
desponta no “Encantado”
e mais eu choro,
e mais o pranto toma conta de mim,

a reboque do tamborim,
assoma o pandeiro
com a borda da soalha
afiada a toque de caixa,
e retalha “Engenheiro Leal”
e encerra sua estada na terra,
e se apraz com a dor alheia,
e ferida mais feia,
mais amada medalha
que repercute mais na horda
e ao pessoal mais temor incute,

bandolim e cavaquinho
gostam mais de corda
e de perguntar
a quem vem de “Campinho”:
“que time é teu?”,
aí,
apostam
que o incauto
vai falar bem alto:
““Andaraí” no teu gramado!”
mas,
vá por mim,
não se anime
que essa resposta
desgosta muito o par
e já vi
um espertinho
ser estrangulado pelo cavaco
e atirado no buraco pelo bandolim,

é um absurdo,
mas é assim!,

e a torpeza é tanta
e tão frequente,
“Santa Teresa”,
que o surdo
não ouve a petição
de “Vicente de Carvalho”
e um pirralho
envenena e destrói
que o enviúva
da “Vista Alegre” do seu herói
e seu coração menino esbodega,
mas,
o cretino ouve
a sirena da viúva-alegre
e pega um atalho e faz a pista,

assaltar
é o trabalho do chocalho
e o “Alto da Boa Vista”
é um prato feito
pro xique-xique
que sempre dá um jeito
de praticar um assalto por lá,
e o rato manda à toa
chuva de chumbo
e por vintém
de bala e cuia,
quer dizer,
de mala e cuia
pra “Cacuia” manda alguém,

e mais alguém “Irajá”!,

ao passo
que o bumbo
bate como um raio
e de pique
incendeia “Sampaio Correia”
e um braseiro
escaldante e escarlate
por inteiro anuvia o espaço,

o repique
cheio de alegria
repica na “Praia
da Bandeira” a meio pau
bem diante de um pé-sujo,
mas,
não é luto oficial
que o dito-cujo frito
é da arraia e na carteira
nunca teve um puto,
aliás,
carteira nunca teve,

na “Praia de Ramos”
o agogô
tira onda de gigolô
e ronda e mira a massa
que, digamos,
é a prostituta que luta
pra ganhar um dinheirinho
e que dele apanha,
e não apanha pouco,
e a ele passa
o pouco dinheirinho que ganha,

já o reco-reco
fica irritadíssimo
com a esfregação
e se enfuria
com choradeira
de quem está no sufoco
poque está na sua mão
e seu desporto
é atirar em quem se lamuria
e enterrar o morto na “Ribeira”,

e o indigníssimo bamba
puxador do samba
emposta a voz
pra falar que é o terror
de “Jacarepaguá”, “Del Castilho”
“Costa Barros” e “Barros Filho”
porque por lá puxa uns carros
após puxar o gatilho da garrucha
e mandar mais alguns pro beleléu,

o Rio é o estande desse bloco,
meu “Santíssimo”,
e esse bloco é o fardo que o Rio leva
e que o entreva
de “Vargem Grande” a “Vargem Pequena”,
por conseguinte,
ouvinte
de “Ricardo de Albuquerque”,
se cerque
de razão e cuidado
e mande cercar seu lar
de grade e arame farpado,
senão,
sem “Piedade” nem pena,
o invade
esse bloco brega e infame,

e, por favor,
exija já
respeito desse sujeito
que alega necessidade
e mija a torto e a direito
do “Aeroporto” a “Senador Camará”,

enfim,
esse bloco é assim,
e é por esse Rio
que tanto prezo
que chio
e reclamo tanto
por todos os cantos,

é por esse Rio
que amo tanto
e que de meu Rio chamo
que mais e mais eu rezo
e a “Todos os Santos”
suplico paz pra gente
de todas as praças e raças
que a argila não é diferente!,

é por esse meu Rio,
meu irmão,
que paz tanto suplico
a todos os santos
desse Céu de “Vila Isabel”
que tem FEITIO DE ORAÇÃO
graças ao Vadico e ao Noel!

sábado, abril 04, 2009

Don Juin

Tenho pra mim
que por falta não foi,
não foi
por falta de empenho
que comi ruim,
e como insisti!,
também não foi
por discriminação
na hora do bote
que não saí bonito na foto
que tenho dito
desde molecote:
“sem distinção de raça, praça e credo!”,
e dessa linha
nunca me arredei
e ainda não me arredo!,
mas,
quando como sardinha,
camarão eu não arroto,
acredito
que fiz o que pude
com o fito de ter sucesso,
meu irmão,
que agi, reagi
e tomei atitude na hora,
e furei parede,
ignorei recesso
e desafiei boicote
pra jogar minha rede,
e tentei matar a sede
em qualquer pote,
inda assim,
nunca passei
de um bom Don Juin,
tentei
de entrada franca a acesso restrito,
de senhora safada a mocinha incauta,
de mulher baixinha, gordinha,
com anca e abundante culote
a mulher alta, bem fina,
despeitada e desbundante,
e de amazonense a gaúcha,
e tentei fluminense,
botafoguense e vascaína,
e sou urubu!,
e a maioria
me falou não na bucha!,
e não comi a carne
nem sequer roí o osso,
todavia,
nunca liguei
pra ducha fria e angu-de-caroço,
e me encarne se quiser,
meu amigo,
que pra encarnação
não ligo desde moço,
tentei acordar bela adormecida,
mas,
não vou negar
que ela roncou na minha fuça,
cantei bruxa
loura e franzida
e perdi a escaramuça
que levei
pernada da vassoura
e fui parar no caldeirão,
e sair de lá não foi mole não,
mas,
consegui me livrar da parada
e bebi um gole
pra recuperar a energia,
e não esqueci o do santo!,
e havia uma pinguça no balcão,
entretanto,
não fui safo o suficiente
e me embriaguei com o bafo
e entrei pelo cano
e do afano não me livrei,
felizmente,
quando voltei a mim,
não constatei outro dano!,
enfim,
minha gente,
é a minha história
e minha alcunha é Don Juin,
mas,
curiosamente,
lá no bar só dá Don Juan,
só dá bambambã
que pra contar só tem vitória!,
porém,
testemunha ninguém tem!