quarta-feira, março 03, 2010

Não mudo de mulher por nada

A patroa
não me perdoa
quando cochilo
e erro ou vacilo,
e como ecoa o seu berro!,
e dá de gastar com crediário
e de jogar
meu salário no bicho
e no lixo o meu panamá,
e faz escândalo na frente
da gente do meu trabalho,
na verdade,
mente quando me nota
de vândalo e bandalho,
mas,
meu nome bota na lama,
e no lar
chora e faz drama
e consterna a criançada
e me arrasa
a autoridade paterna,
agora,
e creia se quiser,
apesar de tudo,
de mulher
não mudo por nada
que a patroa
é uma serpente
cheia de fome
na hora de amar
e me embosca,
numa boa me pega,
me enrosca,
me abrasa
e me come,
e não sossega o facho
nem quando o macho,
quer dizer,
nem quando a casa não vem abaixo!