terça-feira, outubro 10, 2006

Se só tem tu, vai tu mesmo!

Se só tem tu, vai tu mesmo!,
vai tu mesmo se só tem tu!,
que não surto
ou caio em depressão
nem quando o tutu fica curto,
sem jóia pra empenhar,
vou de peru e papagaio,
depois,
se não der certo
na banca nem no banco,
não me aperto,
também não boto banca
nem banco avestruz,
pois ao rombo,
ao tombo fiz jus,
então,
em vez de três,
faço uma refeição,
se nem pra uma der,
vou de pão
com paio ou chouriço,
se não tiver nem pra isso,
a opção é jejuar,
em compensação,
sem bóia pra esquentar,
economizo gás,
sem jornais pra ler,
não preciso
botar fogo no leocádio
quando cortam minha luz,
e não sou de confusão,
não brigo
nem com o vizinho idiota
que a tela da tevê
bloqueia com a janela
e no meu jogo bota areia,
me ligo no rádio
do surdinho aqui do andar
e consigo vibrar com o Mengão,
posso afirmar
que nem em matéria de sexo
fico perplexo,
caso a Neusa fique tristonha
e perca o pique,
caso a Valéria se esconda
pra não me atender,
caso a Creusa tire onda
e não me dê
nem uma mãozinha,
eu me viro,
me inspiro
com minha vizinha gostosa
e vou de bronha,
e vou todo prosa,
agora,
há uma hora tão séria
que não há lugar pra isso,
é a do samba,
e nessa hora eu me ouriço,
mas,
quando não dá pra sambar,
fico sem viço,
dou féria ao bamba,
saio fora
e vou pra cama descansar
que só o samba me inflama!