quinta-feira, dezembro 13, 2007

Não dá não!

Sem festa
não presta a vida,
não dá pra viver
só batalhando,
disputando bola dividida
pra marcar mais um tento
e ganhar mais um vintém,
e o adversário violento
entrando de sola,
não dá pra viver
de olho no horário,
traçando pê-efe de corrida
e brigando com o molho
ao fazer a digestão,
e a ferrugem aumentando,
e, de lambujem,
na sua cola andando alguém:
chefe, patrão, patroa;
numa boa,
não dá não,
não dá pra viver desse jeito,
imerso na pressa,
nessa lufa-lufa
que da poesia é o inverso,
e só dando nó em pingo d’água
e lamentando:
carestia, corrupção, efeito estufa;
de quando em quando,
é necessário
deixar de ser otário,
esquecer choramingo e mágoa
e tomar um porre de folia e parati
porque,
mais dia, menos dia,
toda gente morre
e tudo fica ou não fica por aí?!,
mas,
que se exploda essa questão
que essa questão é pra quem fica!