segunda-feira, dezembro 03, 2007

Galho de arruda

Não caia na esparrela
de pelo ouvido pegar barriga
dando trela a intriga e ruído,
se deixando levar
por atoarda e balela,
o mundo não vai acabar
em razão de um zunzunzum,
também,
de imediato,
não se descontraia
nem se distraia da guarda,
acredite
no fundo de verdade
que todo boato tem,
mudando o enfoque,
se, por um lado,
a criatividade do povão
não tem limite
e sua língua
é do tamanho de um bonde,
e de um bonde com reboque,
por outro lado,
a vontade da malta
de explorar o rebanho
não míngua,
está sempre em alta,
e a malta
pode espalhar falaço e fazer fuxico,
por conseguinte,
não se louve em rumorejo,
mexerico ou boquejo
pra não acreditar em mentira,
mas,
seja bom ouvinte
e confira tudo que ouve
se um calço não quiser levar,
se quiser evitar embaraço e percalço,
agora,
se ficar divido,
sem saber o que fazer
e precisar muito de ajuda,
faça o que eu faço,
na hora faço um trabalho
e passo a usar patuás
e, atrás do ouvido,
galho de arruda!