terça-feira, janeiro 29, 2008

Severina, não chore por mim!

Minha gente,
a pista está tão quente
e o clima
tão dantesco e sinistro
que nem a ministro e artista
estão dando refresco,
e, por cima,
já li até
que ladrão roubou ladrão
e não roubou
pelos cem anos de perdão,
do jeito que está,
meu bem,
supeito
que não dá mais pé,
não dá mais
pra ficar por aqui,
estou à beira
de tomar providência,
qualquer diligência,
de preferência,
a primeira que vier,
mas,
não vou dizer
que não gostaria
de ir de avião,
gostaria sim,
não vou
por uma razão,
não quero mais saber
de apertar o cinto;
sinto muito,
muito mesmo,
mas,
estou de partida;
Severina,
não chore por mim,
senão,
de arrependimento morro,
todavia,
vou mesmo assim,
mas volto já,
volto no dia
que o sargento Garcia
botar as mãos no Zorro;
Severina querida,
até por lá!