sexta-feira, março 07, 2008

A mão que a gente não vê

Levante,
mulher,
que o dia
já vai indo adiante
e não posso ir
sem pão nem café,
espante preguiça e queixa
que noviça
você não é mais,
mulher,
você já devia saber
que a mão
que a gente não vê
não deixa o carrilhão
sossegar nem dormir,
aliás,
já devia saber
que uma fração do dia
é pista importante demais
pra quem sabe
que não pode perder
a vida de vista
sequer por um instante,
pra quem sabe
que viver é não perder
um instante de vida sequer,
levante e diga presente,
mas,
diga da boca pra dentro
e que a convicção
não seja pouca,
mulher,
e siga em frente,
rumo ao centro,
ao sumo da questão,
que o mais relevante
não está na superfície
e a velhice
pode não ser o melhor,
mas,
a opção pode ser bem pior!