quinta-feira, abril 10, 2008

Fogo de palha

Não há quem
na dela não entre,
também
não dá pra não entrar
que a menina é de amargar,
geme e arde,
treme que nem dançarina
na dança do ventre,
e de baixo pra cima
e de cima pra baixo,
avança e espreme o barbado,
e é bem mais espremeção
do qu’em vagão superlotado
de trem que sai às seis da tarde,
mas,
quando parece
que dessa vez vai,
que são favas contadas
brasa e fogo espalhado,
a danada
faz que se encabula,
a gula do coitado trava
com um berro,
e o cio dela
se esfria por completo
como se tivesse tomado
aquela ducha de água fria,
e o marmanjo se faz de anjo,
implora,
roga que ela relaxe,
e faz as juras de praxe,
aquelas juras...
você sabe...
só aqui... só ali...
é o que cabe nessa hora...
mas,
é malhar em ferro frio
que Amália mantém o veto
e pra casa a mula pica,
e o rapaz se arrasa
e ardendo em sua chama fica,
estou lhe dizendo,
a droga de jogo
que a Amália joga
se chama fogo de palha!