quinta-feira, agosto 28, 2008

A falta que você me faz

É de mister,
mulher,
falar em voz alta
pra escutar toda a gente
e não ficar somente entre nós,
é de amargar
a falta que você me faz,
pra falar a verdade,
virei um poço de saudade
que transborda
quando faço
café, almoço e jantar,
que transborda inda mais
quando arrumo, lavo e passo,
e finda o dia e a faxina não finda,
me ouça,
minha pequenina mais-valia,
e sinta
minha sucinta sinceridade:
assumo,
mulher,
que não sei viver sem você;
e, pra você voltar,
vou jurar o seguinte:
no domingo,
não vou à praia
se não fizer sol
e não fico bravo,
não me queixo nem xingo,
deixo que você saia
e vá ao bingo
depois de lavar louça
e, depois do futebol,
e das vinte às vinte e vinte,
vou ser seu escravo
e não vou beber nem um pingo!