quinta-feira, agosto 28, 2008

Você vem, passa e vai

Você,
ardente movimento
de morena ebulição,
faz o que não faz
avoamento de andorinha,
você,
plena de graça,
sozinha faz meu verão
quando vem,
passa
bem rente de mim
e me deixa assim,
parado e sem respirar,
e o gracejo não sai,
fica entalado no peito
que você
me deixa encabulado
e sem jeito de gracejar,
e você passa
sem me dar uma deixa...
mas,
não é queixa,
é coração lamentando...
e você vai
levando meu olhar
que não desgruda
dos seus quadris
e o desejo me inunda
e não redunda por um triz,
e não muda a visão
nem depois que você
dobra a esquina,
pois sobra
o apego da retina
que não te deixa sumir
e a imaginação
não me dá sossego,
e é tanto desassossego,
menina,
que até me espanto
porque chego
a me sentir um rapaz,
menina,
você é demais!