sábado, junho 24, 2006

Me desculpe, amigo

Me desculpe
o mau gosto
posto que pergunto
“como vai?!”
quando vejo você,
mas,
sai sem querer,
me desculpe,
tocando no assunto,
dou a você o ensejo
de falar um “vou indo...”
de quem já não avança
ou de se enganar
com um “tá tudo bem”
de quem já perdeu
até a esperança,
então,
eu não me empolgo
nem me atrevo
a dizer sorrindo
o usual ‘folgo em saber’
e não digo
que sei que não devo,
enfim,
amigo,
não se ofenda,
não contenda comigo,
entenda o “como vai?!”
como refrão ruim
que a cantar eu sigo,
apesar
de estar ciente
que não cabe
perguntar “como vai?!”
quando se sabe
que quem é normal,
normal minimamente,
certamente
vai indo bem mal!