quarta-feira, novembro 08, 2006

Amanhã tem mais!

É o barulho da marmita
e é o grito
na voz mole de um de nós,
é o eco de um Zé ao cabo da faina,
um treco
que tafulha o rabo de pinga
gole após gole
e amaina o pandulho,
e pita um pito barato
e matuta,
e do mata-rato
não sai tanta fagulha,
e destrata e xinga o trem,
mas,
não adianta,
o trem não escuta e não vem
e o Zé se vinga indo a pé,
e vai indo
birosca a birosca,
bordel a bordel,
sem nenhum vintém,
não se enrosca
com ninguém
e sonha com a bronha
que se foi Severina
na nona barrigada
sem sequer se despedir
e a cunhada,
irmã da mulher,
que quebrava um galho
virou fanchona e cafetina
e galho com macho não quer,
só quer cacho com menina,
vai dormir,
Zé,
amanhã tem mais!,
vai dormir,
Zé,
amanhã tem mais!