quinta-feira, novembro 16, 2006

Comecei bem moço

Comecei bem moço,
esperdicei esbarrão
antes da estréia
que não foi épica,
mas réplica
de estréia típica,
típica no alvoroço,
na correria,
na reação da platéia
que não aplaudiu
nem pediu bis,
preferiu a gritaria:
“pega!, pega!, pega!”,
aí,
carteira na mão,
o aprendiz
de mancebo e ladrão
pôs sebo nas canelas
e se safou
dando uma carreira
pelas vias da cidade,
por fim,
parou e olhou o butim:
duas fotografias
meias amarelas
e feias de dar dó,
assim como ele,
identidade pela metade,
um sobrenome só,
assim como ele,
e prata pra mata-fome
que a fome não ia matar,
e olhe lá!