quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Não era seu dia de sorte

Era dia de boemia
e mais um dia
de vai-da-valsa,
aliás,
todo dia era dia
que o rapaz
não fazia distinção,
botou camisa de fazer vista
sem espalhafato
e calça de feito e conquista,
calçou sapato
de quem sabe onde pisa
e desliza bem,
independente de dama e salão,
depois,
pôs o panamá
de fama e respeito,
por fim,
caprichou no extrato
que fazia brotinho
brotar em seus braços,
e fez os passos
de pegar bonde andando
e foi pegar,
que sujeito assim
não é tonto de ficar
no ponto esperando,
e pousou no estribo
tal qual passarinho,
e não deu estribo
ao seu condutor
que nem insistiu,
e seguiu seu caminho
ao léu do vento
de abrandar calor
sem revoltar cabeleira
que seu chapéu
não era de brincadeira,
na Galeria Cruzeiro,
não queria,
mas,
não era seu dia de sorte
e ficou diante
do desespero do Bento
de quem Iara roubara,
companheira e amante,
e a capoeira
não venceu a garrucha,
o estrebucho se deu
e na bucha veio a morte
com feio ferimento no bucho!