quinta-feira, julho 17, 2008

Quando de través
olhei minha praça,
achei um freguês
que tinha bebido
um gole a mais
e estava dando mole,
aí,
superei os medos
no peito e na raça
e fiquei com seus anéis
e seus dedos deixei de lado
que ditado não desrespeito,
e fui meu herói mais uma vez,
aí,
como sói acontecer,
pra massa fui bandido,
“pega!”,
e como dói na hora
da vindita da massa,
aí,
embora
não seja mais criança,
peguei a correr rua acima
que cansa bem mais,
mas,
com “pega!” atrás,
ninguém pára
nem desanima,
e se extenua
o cara que grita,
aí,
fui em frente,
e já ia pra Niterói,
todavia,
não cruzei a Guanabara,
ao botar na barca o pé,
lembrei da mudança,
a gente não mora mais lá,
mora agora aqui
e atua nessa comarca,
aí,
subi com o butim
e voltei com o pó
pra mim e mais três
que somos um grude,
“um por todos,
todos por um”,
e vamos até
morrer juntos,
três defuntos
e mais um
num ataúde só!