domingo, julho 23, 2006

Que derrota!

Que derrota!,
só a muito custo
levantei o ferro
e toquei o barco,
mas,
me perdi na rota
e quase fui a pique,
justo eu
que me encharco
de mares de bebida,
justo eu
que erro todos os bares
e aos bares
diariamente vou a pé,
e saio em linha reta
e de seta não necessito
na hora de ir embora,
justo eu,
quase um mito,
chamado até de alambique
por rivais e concorrentes,
justo eu
que bebo
simultaneamente
quente e gelado,
justo eu
que o expediente
nunca encerro
sem antepenúltima, penúltima,
saideira, expulsadeira
e outras que tais,
justo eu,
beberrão inveterado,
fiquei daquela maneira
e dei à platéia
razão pra achar graça,
e me derrubou a Azaléia,
é isso mesmo,
e um amor de Azaléia,
delicada e bela como a flor,
rapaz,
que mancada eu dei!,
um gole a mais,
mais um chouriço,
mais um torresmo,
e passei vergonha,
e ponha vergonha nisso!,
eu passei da linda
e a linda me venceu,
e fiquei um tanto
mole e bambo,
pudim de cachaça
dançando mambo,
e ela,
que assombro!,
estava ali
esbanjando raça,
rija que nem poste,
e falou assim:
“se encoste aqui
no meu ombro
que eu garanto!”,
e ainda
me sacaneou:
“só não mija em mim!”