sábado, julho 15, 2006

Uma vez carioca da gema...

Uma vez carioca da gema,
carioca da gema até gemer,
uma vez carioca da gema,
carioca da gema até gemer
de tanto beber gemada
com gema choca,
gema de ovo
sem clara nem casca,
gema de ovo
cada vez mais estranha,
mas,
o carioca da gema não pára,
rema e nada,
e não ganha nem empata,
apanha,
e tome porrada na lata
que o pau come!,
mas não faz mal,
o carioca da gema
nada e rema de novo
e mais ainda se lasca,
e torna a remar e a nadar,
e bóia
que a ladainha
cada vez mais
tem mais abobrinha,
e, por trás,
mais barganha e tramóia,
e de novo
rema o carioca da gema
e nada,
nada de paz,
nada de casa,
nada de escola,
nada de hospital
e nem sinal de emprego,
e o nego carioca da gema
só não se arrasa
porque se consola
com uma talagada de goró,
aí,
não se abala com toró,
com condução
ruim de dar dó,
nem com bala e ladrão,
se for chinfrim então,
nem nota,
e o carioca da gema,
por mais que torça,
já não tem força
pra puxar brasa
pra sua sardinha,
pra encarar
a alta da farinha
que tanta falta
faz ao pirão,
uma vez carioca da gema,
carioca da gema até gemer,
uma vez carioca da gema,
carioca da gema até gemer...