terça-feira, janeiro 31, 2006

Ah... que saudade!

Ah... que saudade
do disco na vitrola,
“Tu me acostumbraste...”,
ah... que saudade
do engaste na penumbra
disputada palmo a palmo
pelo esbarra-esbarra dos casais,
ah... que saudade
dos Metais em Brasa,
e que brasa, e que metais!,
ah... que saudade
do oba-oba em braile,
o baile da mão-boba
sob a gola farta do vestido
ou sob o xaile
que fingia ser de marta,
ah... que saudade
do sussurro ao ouvido,
apesar do risco
de levar murro de irmão
ou, então,
de passar vexame,
um instante antes
de botar a mão no bolso,
ser apanhado em flagrante
pelo detalhado exame da tia
que ficou pra titia e de prontidão,
ah... que saudade,
moço!