sexta-feira, janeiro 13, 2006

“Cada um com o seu cada um”

Não sou raposa,
menos ainda raposa felpuda
porque sou calvo,
nem sou malandro,
sendo assim,
pra me manter são e salvo
e não virar alvo
de intriga e confusão,
não dispenso arruda,
não xereteio briga e meandro,
não dou opinião
em problema alheio
e penso sempre no meu lema:
“cada um com o seu cada um”;
por esse motivo,
não devo nada
a marido nenhum!,
que esposa considero macho
e com macho não quero cacho,
não vivo dividido
entre Sofia, Joana,
Teca e Josefina
porque divido bem
cuecas, vinténs
e os dias da semana,
pra mim,
não é questão
o "ser ou não ser?!"...
que este tema
lá na esquina não tem vez,
me dou legal com o Fisco
porque belisco por mês
um salário mirim
que quase não noto,
imagina então o fiscal?!,
meu voto é branco ou nulo
que não me regulo
por papo de eleição,
quando engulo sapo,
não banco o valentão,
e amizade já faço
achando que o sujeito
é o craque da falsidade,
um amigo-urso
que quer me dar um baque
com abraço de tamanduá,
desse jeito,
tomo o cuidado devido
e evito decepção,
e assim levo a vida na flauta,
vou indo e vindo
com a guarida da Constituição,
mas,
uma chateação
não sai da pauta,
meu combalido time,
quase falido,
meu time querido
me deixa aflito,
deprime e consterna,
faz campanha ruim,
campanha chinfrim,
campanha pingüim,
fria em cima de fria,
quando acredito
que é a hora da virada,
a coisa piora!,
apanha, leva surra, goleada,
o adversário lava a burra
e aqui esse otário
agüenta a gozação no botequim,
por fim,
ele apanha um pouco mais,
vai lá pra trás
e hiberna na lanterna!