sexta-feira, janeiro 06, 2006

Barraca do Moa (Pendurado na palavra)

Saí de lá um farrapo,
frangalho indecente
pendurado na palavra
por um fiapo,
e esse fiapo
quebrava meu galho
literalmente!,
aliás,
uma palavra à-toa
jogava mais
que canoa em alto-mar,
fazer frase?!,
nem pensar!,
em outras palavras,
saí de lá
praticamente
sem sair do lugar,
até um verso chinfrim
versou contra mim
e me pegou pelo pé,
e nem sei eu
se pelo dele ou se pelo meu!,
também...
veja você,
como um calça-curta
incapaz de fraude,
que jamais se furta
ao mando da patroa,
fazia feira na Garibaldi
de saca na mão
quando bati de frente
com a barraca do Moa
botando gente pelo ladrão,
e gente boa-praça,
gente ilustre,
e cachaça, cerveja
e só quitute bom!,
aí,
dei um chute no balde,
ou seja,
mandei plantar batata a dita-cuja
e, de lambuja,
agrião, tomate,
abacate e pimentão,
entretanto,
a hora voa nessa hora,
quando dei o fora,
já estava escuro
e eu pronto
pra depenar o Zorro
e desmascarar o Tonto,
e até hoje tô tomando
esporro da patroa
por causa desse furo!,
mas não faz mal não,
o pau ela pode quebrar,
pode quebrar até o meu!,
mas eu juro,
e não é jura à-toa,
vou voltar
à barraca do Moa,
e vou nem que seja de maca!