sexta-feira, janeiro 20, 2006

"Leitoa assanhada"

Estava no menu:
“leitoa assanhada”,
e arrumei o maior rebu!,
em vez de ficar na minha
e de esperar o garçom,
pedi informação
ao grandão da mesa vizinha,
que furada!,
o sujeito se chamava Leitão!,
foi como ligar pro zôo
e pedir pra falar com seu Leão!,
inda bem que não me deu porrada;
mas,
não tenho jeito,
de quando em quando,
faço um vôo malfeito
e esbarro em confusão!;
um patrício chamado Idalício
trazia no colo seu filhinho
quando me pediu
pra consertar-lhe o autocarro,
eu disse que ia sangrar o burrinho,
e por pouco não sangro eu!;
parece louco,
mas tem mais,
eu não puxo mas sai
com intensidade e em falsete:
‘uai’, pra mineiro,
‘porra, meu’, pra paulista
e ‘barbaridade, tchê’, pra gaúcho,
nem precisava dizer
que vira e mexe entro no cacete!;
e não é só,
sou useiro e vezeiro
em fazer coisa bem pior;
eias a mais absurda da lista:
quando estou sonhando,
falo nome de mulher,
e Apolônia,
minha cara-metade,
além de não ser surda,
sofre de insônia!