quinta-feira, março 23, 2006

Vai-da-valsa do Maracanã

Cruzei o Maracanã
num divã
cujo estado dava dó,
e tão sujo
que dava asco,
e deparei
com mó de cascos,
frascos e quejandos,
e cruzei o Maracanã
com parcas velas
pra tantos presuntos,
e juntos, e aos bandos,
e crivados de marcas,
e as velas apagava o vento,
e remei
com um tasco de bandô
que nem sei
se era decô ou rococó,
e busquei alento
no meu aulo
sem brilho
e de uma nota só,
aí,
fiz fiasco,
pois,
fizeram a rota antes
dois grã-navegantes,
Aldir e Paulo Emílio,
e vestido o Aldir
de grão-capitão do Vasco,
então,
vestido de Mengão,
naveguei na água-benta
e fiz questão
de levar pimenta
pra temperar
agrião, hortelã e pimentão,
a rabeira da feira
que toda sexta-feira
bóia entre as bolhas
que nem as rolhas
das garrafas de pilóia
das minhas moafas,
meu esteio,
e não me fale em opróbrio,
se cale,
porra!,
que opróbrio
é ficar sóbrio
no meio dessa zorra,
ah... Maracanã,
rio do Paulo Emílio e do Aldir,
só dói quando ‘sou Rio’,
ah... Maracanã,
rio do Paulo Emílio e do Aldir,
só dói quando ‘sou Rio’!