quarta-feira, maio 03, 2006

Ave em ação (Questão ornitológica)

Era uma vez um pavão
que ia e vinha
e se pavoneava de montão,
mas,
tinha só uns tico-ticos
e, com tal quantia,
não ia ganhar a cara andorinha
que o enlouquecia
quando andorinhava pela cidade
balançando seu balaio,
então,
dispensou a vaidade
e voou um dia inteiro
à cata de dinheiro,
entretanto,
precisava de tanto
que acabou precisando
do velho papagaio!
(veja no Aurélio do que se trata),
mas,
teve um dissabor
e ficou uma arara
com um caminheiro
barbudinho, com bigodinho
e metido a assobiador,
mas não pôde dar um pio!,
que deu uma de águia o sombrio,
mostrou o pica-pau
e botou a andorinha no bagageiro,
e o pavão ficou na saudade,
todavia,
lendo um poema de um cisne
cheio de penas do pavão
e que o cisne fizera montado na ema,
ficou sabendo a andorinha
que tinha feito besteira,
que a vida bela prometida
era balela pura,
pois,
na verdade,
o caminheiro era feio
que nem corredeira,
mistura de carcará e avestruz,
aí,
gritou credo-em-cruz!
e voltou correndo,
mas encontrou o pavão
vivendo com uma galinha
que a andorinha conhecia
de outros Carnavais,
então,
jesus-meu-deus!,
foi uma confusão danada,
aliás,
um estrupício
pra ninguém botar defeito,
e nem o violeiro,
que merecia respeito
porque na função
era muito capaz,
deu jeito no salseiro,
e um pica-pau
que passava pelo local,
por dever de ofício,
meteu a passarada no viveiro!