quinta-feira, maio 04, 2006

Me dá o meu boné!

Estou de saco cheio de andar pronto
e às tontas no meio de tanto conto,
já perdi a conta de quantos contos são,
é o conto da conta que vem
e o produto não vem não,
é o naco de nota de conto de réis
que o astuto põe na mão do otário
e o outro naco,
só se o sujeito for eleito,
são contos diários com e sem horário,
descontos que não descontam nada,
pontos que nada somam,
impostos que tomam
até o que você não tem
e os postos não funcionam
que não têm funcionários a postos,
é o conto da embalagem que fala em pitéu
e o que está embalado é murundu,
mistura de chuchu com fel,
é o conto da viagem especial e segura
com traslado até em trem-bala,
e você vai em trem de carga,
faz escala no deserto
e amarga hospedagem
em hotel a céu aberto
pra contar as estrelas que ele tem,
é o conto do remédio, da planta medicinal
que não cura o que deve,
é o conto do prédio mais leve que o ar
que da planta só sai em forma de gaivota
ou que cai quando fica pronto
que não se cumpriu a norma,
estou cheio de ser um Zé,
cheio de tanto conto e lorota,
me dá o meu boné!