sábado, setembro 23, 2006

Em vez de uma fada

Alda se esbalda na safadeza,
e a safadeza é tanta
que não fica surpresa
nem se acabrunha
quando dou flagrante,
e flagrante com testemunha,
quem diria
que a menina pudica
ia virar uma baita messalina,
quem supunha
que o jeitinho de santa
era cunha pr’abrir caminho
no coração de algum panaca
e botar a mão na sua gaita,
e botou direitinho,
e eu fui o babaca,
entrei de gaiato
e ainda paguei
vestido, véu e grinalda,
e estou pagando o pato
dia após dia,
e era tido como malandro,
e era tão malandro
que levei rasteira
já na lua-de-mel,
um domingo de Carnaval,
me falou
que ia ao bingo com a titia
e se mandou pra rua,
e a safada
voltou na quarta-feira,
e farta de farra
e no maior fogo,
e o fogo era de pinga,
e veio
só com uma sobra de fio-dental
no meio da popa
e com ginga de cobra criada,
e o pior,
me fez crer na marra
que no jogo
tinha perdido a roupa,
agora,
enquanto
levanto de madrugada,
e de hora em hora,
pra dar de mamar
e trocar fralda do Juquinha
que é muito parecido
com o marido da vizinha,
Alda roda de mão em mão,
é...
em vez de uma fada,
levei uma foda!