terça-feira, agosto 02, 2005

Sétimo dia

A luz do dia vaza o vitral
e clareia crentes,
fiéis
e santos
que se aquietam silentes
à sombra da cruz
pelos cantos da catedral,
e pelas velhas frestas
de telhas partidas
passam de viés
finitos e finos pingos de vida
e um vento aflito
estremece a chama
que brota das velas
presas aos castiçais,
diante de tudo isso,
contritos rezam,
choram,
imploram,
temem os mortais,
e o corpo morto
é consumido na sepultura,
sua transitória clausura
tecida em granito,
enquanto espera,
escuta o grito inaudível
de um ramo de flores lilás.