quarta-feira, junho 01, 2005

Quem nos dera!

Quem nos dera!,
não fosse à vera,
fosse à brinca,
sem trincas,
nodas,
rachas,
e não houvesse baixas;
quem nos dera!,
a volta dos ponteiros
fosse só pra fazer hora,
mera brincadeira de roda,
todos dentro,
ninguém de fora;
quem nos dera!,
não houvesse guardas, guaridas,
cavaleiros
cavalgando mulas
com albardas cheias de venenos,
quadrilhas e matulas;
quem nos dera!,
a vida,
mesmo sendo ilha,
fosse o centro,
e conteúdo e continente,
quem nos dera!,
não existissem grandes e pequenos,
não existisse gente
mais gente que outra gente!