quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Até virar bola da vez

Sem parente e sem escola,
se mete esse pivete
em cada enrascada...
inventa cada moda...
roda com o movimento
até virar bola da vez,
cavuca daqui e dali,
descola mutuca e brizola,
arremete contra o vento,
decola e voa contra corrente,
vai em frente
pra atender um freguês,
esse pivete
vira ventania,
venta fogo pelas ventas
e arrepia a vizinhança
quando avança
e enfrenta o jogo
com os talentos que tem,
e nem tem tantos,
quando dança,
esse pivete
muda de figura,
mente por completo,
faz cena a mil
e é quase perfeito,
descerra um santo,
encena um pranto
e berra que nada fez,
e jura e promete
tanto quanto
consente o desafeto
que se encerra
em seu peito juvenil...
sem parente e sem escola,
sabe o pivete
que só há um jeito,
esperar
até virar bola da vez!