sábado, fevereiro 18, 2006

Azua

Azua,
saia de cambraia,
tomara-que-caia,
raras alfaias
que não valem
nem um vintém
e sem aias de atalaia,
Azua,
ginga a esmo,
se blefaia pinga,
mesmo parca,
algum bem parco,
embarca no barco
de marambaia
de marca maior
e cai na gandaia,
se desnuda
e banca a cobaia
na teia
do que há de pior
na arraia-miúda,
quando se aquece,
quando se abraseia
a poder de cumulaia,
de pinga da pior espécie,
se empolga,
finge ser prosa
porque biraia formosa
inda é,
ou, então,
folga, bate o pé,
vaia, briga, xinga,
faz intriga à laia de catraia,
de biscaia
que não tem
a menor classe,
mas,
e parece até
passe de mágica,
muda de súbito
e põe à mostra
sua veia autofágica,
mostra quanto é infeliz,
e se prostra
chorosa e trágica,
maldiz o concúbito,
se penitencia e pede perdão,
Azua,
cria da zona,
dona e serva da rua,
vadia de pai e mãe
sem lar nem guarida,
se ninguém mais vai,
vou eu implorar
a proteção de Oçãe,
e erva capaz
de tirar você dessa vida!