terça-feira, fevereiro 21, 2006

Nem maciço nem de pau oco

Nem maciço nem de pau oco,
afinal,
não sou santo,
mas o meu me protege
ou minha santa,
mas,
também não sou herege,
isso eu garanto,
por outro lado,
não sou normal
nem cem por cento louco,
às vezes,
a folia é tanta,
é tanto o frege,
que me entedia e vira tormento,
cansado,
peço arrego,
chega!,
a alma elege a calma
lá do meu regaço,
braços e chamego da nega,
mas,
em outros momentos,
por mais que procure
e até faça o que posso
pra nem pensar,
o bicho pega
e não agüento de saudade da rua,
nessa hora,
o regaço vira clausura e me amargura,
meu pedaço me acua e asfixia,
e coço, comicho,
que me arrepia e devora
a vontade de cair na farra,
a essa altura,
já não há amarra que me segure
e corro atrás de liberdade,
de menina, torresmo e gasolina,
mesmo ciente
que ainda morro de porre e boemia,
mas,
que diferença faz
se toda a gente
morre mesmo um dia?!