sábado, fevereiro 11, 2006

Me acuda com alguma idéia

Por favor,
me acuda com alguma idéia,
preciso da sua ajuda
pra encontrar a panacéia
e me livrar desse rolo,
ela era azaléia,
bela e formosa a danada,
era avenca, delicada,
era rosa,
perfume
que me assanhava as entranhas,
e havia amor em penca,
amor-agarradinho,
e eu vivia louco de ciúme,
aí,
bem tolo e bem pouco sensato,
caí como um patinho,
paguei o pato
e colhi a flor
de papel passado e com padrinho,
e festejado com bolo e champanha,
depois,
lua-de-mel,
mas veio o mel na mala,
e veio feito bala, bombom, chocolate,
aí,
entrou aveia no copo de leite,
e bate um aqui,
bate outro ali,
bate mais um acolá,
junta cerveja com tira-gosto
nadando no azeite,
mete no bucho sempre disposto
feijoada e vatapá,
unta pão com manteiga e geléia,
e empuxo daqui, empuxo de lá,
e minha flor meiga e miúda
virou vitória-régia
capaz de causar inveja
à rainha-do-lago mais parruda,
um metro e cinqüenta
de altura, espessura e largura,
só vendo,
quando, toda faceira,
ela senta na banheira
e a água espuma e sai pelo ladrão,
eu levava a pluma nos braços,
agora,
só me desembaraço da função
usando um burro-sem-rabo,
tá complicado,
nosso quarto,
que já viu cenas de amor,
agora vive um drama
e nossa cama
seria arena de sumô
se eu também fosse farto,
a situação tá assim,
e rogo por uma solução,
que se essa encrenca
não acabar logo,
ela ainda despenca
e dá cabo de mim!