sábado, fevereiro 11, 2006

Não se chama Dom Pixote!

Mona Lisa, Mona Lisa,
agora entendi
esse sorriso de lince
que Da Vinci
sorriu em ti anos atrás,
te fez rechonchuda a sorrir
como irias sorrir aqui
onde muda, muda, muda,
mas acaba acabando em pizza;
e não dá pra parar por aí,
que esses italianos são demais,
com muita arte,
Bolognini,
Pasolini, Visentini e Mastroianni
fizeram um time
que levou à tela
novela de Brancati,
“O Belo Antônio”,
fraco, verde, amarelo,
useiro e vezeiro em dar pane,
incapaz de penetrar até
no buraco do ozônio,
e um estrangeiro,
que fez aqui grandes filmes,
de gozação,
me ofereceu uma Quilmes,
não é mole não!;
mas um espanhol
não me deixou botar um punto,
digo,
uma pedra no assunto,
Miguel de Cervantes Saavedra,
talento gigante,
criou Dom Quixote, Sancho Pança,
moinhos de vento,
e, sob nosso céu,
temos lá nossos moinhos:
Carnaval e futebol,
e a crise a gente mói,
quando não mói,
a crise a gente amansa
com bingo e domingo de sol,
outros moinhos do nosso elenco;
agora,
é bom que se frise,
nosso herói
na hora do rancho dança
e não se chama Dom Pixote!,
é só Pixote, o do Babenco!