segunda-feira, abril 18, 2005

Qualquer alquimia

Sou da farra, do copo, da boemia,
topo folia de dia, de noite,
de manhã, de tarde,
debaixo de sol ou de tempestade,
sob o céu ou sob o lençol,
quando me vem aquele afã...
aquela vontade...
o peito arde pela fuzarca,
aí,
dou um jeito e caio na gandaia,
e não preciso que ninguém me afoite,
por isso,
trago as marcas
de quem não receia algazarra,
de quem mete a cara na marra
e não teme entrar numa fria,
principalmente
quando se trata da maior alquimia,
aquela coisa de pele
que de repente
nos impele pra frente
atrás de um rabo-de-saia
e com insistência de pedinte
que suplanta um não,
se agiganta com um talvez
e não se encanta
tanto assim com um sim
a ponto de esquecer o sim seguinte,
prazer que só entende
quem não se rende,
está sempre de atalaia
e paga pra ver,
essa é a minha praia,
a vaga que me leva,
o vento que me enleva,
me enfuna a vela
e faz navegar no meio delas,
e não se deixe enganar
achando que todo dia
é dia de fortuna, de sereia,
vez em vez,
ela escasseia,
aí a porca torce o rabo
e acabo com baleia, arraia,
orca e sardinha,
mas,
caiu na minha rede é peixe,
é isso aí,
sou da farra, do copo,
topo qualquer folia,
e, com mulher,
qualquer alquimia!