terça-feira, abril 12, 2005

Sou humano

Sou franco,
gosto de tudo às claras,
preto no branco,
não banco nem aposto
se não puder pagar
e agüentar o tranco,
mas,
e nem precisava falar,
não sou ave rara,
que não sou de ferro nem perfeito,
de vez em quando,
me atrapalho e erro,
me embaralho
e meto os pés pelas mãos,
ou,
então,
apresento um senão aqui,
ali, um defeito,
vira e mexe,
por causa da emoção,
espanco a razão sem piedade
e fico sem proteção
por todos os flancos,
em outros momentos,
apesar da idade,
a vaidade me pega desatento
e me come pelas beiradas,
aí,
meu irmão,
me entulho de orgulho por nada
e faço o maior escarcéu,
em alguns instantes,
fico radiante
e me ufano de guiar meu destino,
e nem noto
que estou andando ao léu
e falando a esmo,
que acabei de tirar um fino
de um grande aperto,
o que fazer?!,
sou humano
e não consigo deixar de ser
de jeito nenhum,
e ser humano é assim mesmo,
apesar dos acertos,
o engano é o mais comum!