terça-feira, julho 12, 2005

Quando bem quis

Escancarou minha porta
sem permissão,
sem convite,
e entrou,
qual bandido,
ficou de tocaia na escuridão
e me acertou o peito,
me varou a alma,
me fez mortalmente ferido,
morto de paixão;
feito ladrão,
roubou meus limites,
minha paz,
minha calma;
qual feitor,
fez minha vontade morta,
ditou o brilho do meu olhar,
me virou do lado do avesso
e me fez amar,
gozar,
cantar,
dançar
e pedir bis
ao seu bel prazer;
quando bem quis,
esqueceu meu endereço
e foi embora,
me deixou
do jeito que estou agora,
incapaz de querer!