terça-feira, julho 05, 2005

À tua espera

Fico bravo
com o cravo na janela do teu quarto
que se encastela nos teus braços
quando vens olhar a rua
com olhos que enfeitiçam os astros,
sinto ciúmes
desse vento que te envolve,
revolve e dá laços fartos em teus cabelos,
brinca com teus pelos,
acaricia tua pele,
e me impele a seguir o rastro de perfume
que exalas e deixas quando passas,
espreito a flor
que ao teu lado não tem graça
e implora o carinho de tuas mãos,
aspira ser enfeite em teu peito
e confidente do teu coração,
observo o fruto atrevido e dissoluto
que teus pés beija,
a ti se oferece
e deixa tua boca ávida,
espio a ave
louca com teu encanto,
que pia ao teu ouvido o canto de amor
que tanto tenho querido cantar,
vejo maio
se curvar diante da tua primavera,
testemunho o Sol rubro de paixão
que desafia a escuridão pra te ofertar seus raios,
e a revolta da Lua
que não esconde seus ciúmes,
e descubro
que uma quimera me resume,
viver à tua espera!